Diario

Para se libertar

Janeiro começou com turbulência.
Logo nos primeiros dias me peguei contando para uma amiga que nem sabia mais qual livro ler, nem que treinamento fazer para definir as minhas metas para 2017, já que recebi tantos conteúdos gratuitos por e-mail, de vários tipos de treinadores diferentes.

Eu falei rindo até, mas se parar para pensar, isso é loucura, né?

Em dezembro fechamos a conta do ano, fazemos o balanço de tudo que foi e não foi alcançado, nos sentimos confiantes ou completamente derrotados. Aí chega Janeiro, com a promessa de um novo inicio, e com ele a preocupação de colocar a vida em ordem para não chegar em um outro dezembro com total sensação de fracasso. Não soa insano para você? Pra mim sim, e mesmo assim, ainda me pego fazendo essas cobranças, e frustrada por tudo que já não concluí.

“Mais um ano…”

É cruel demais!
E eu não quero mais ser cruel comigo.

Janeiro ainda é um mês de férias por aqui, e logo de cara, não encontrei espaço para relaxar e curtir. Janeiro já parecia tarde demais para mim! Foi quando me dei conta: vida é o que é, não adianta forçar, se você quer fazer uma mudança verdadeira na sua vida, vai precisar primeiro aceitar o lugar em que está.

Então depois de alguns solavancos, decidi que em Janeiro, minhas principais metas serão acalmar a minha mente, desacelerar e ser feliz. Ponto. Até posso anotar alguns pensamentos, esvaziar a cabeça, me perceber mais. Mas não organizar nada ainda, nem fazer plano nenhum. Esse será um mês de descanso, de lazer, de abrir um livro, sem pressa para acabar.

Eu preciso disso.
E todo resto do meu ano precisa que eu faça isso agora.

Hoje, finalmente, consegui passar o dia no meu tempo, fluindo. Fiz o que deu para fazer, afinando o relogio com o meu coração. Concluí algumas pendências, deixei outras para depois, e tudo ficou bem. Ninguém morreu por causa disso. Observei meus pensamentos o dia todo. Não vou negar, não é tão fácil.

Às vezes sinto que tem uma voz gritando dentro de mim, com medo da mudança, com medo de morrer. Ela xinga, ela resmunga, fala sobre todas as coisas que podem dar errado. Ela sente medo do vazio. Ela sente medo do fim. E ela está certa. É preciso desapegar para abrir espaço, é preciso deixar ir, deixar morrer. Só a morte finda o ciclo, ao mesmo tempo com que inicia outro, e isso é lindo! É bonito ver que dentro de algo tão doloroso mora uma oportunidade tão rica. Tão cheia de possibilidades, nova, única, viva!

Então fiz a única coisa que eu poderia fazer. Observei meus pensamentos, cada um, procurando entender e amar todos eles. Só assim pude deixa-los ir de verdade. Um de cada vez.

Talvez essa seja a maior e melhor mudança que eu venha a fazer na minha vida. Pôr em pratica tudo que já aprendi, que já cansei de saber e mesmo assim ainda resisto. Tudo aquilo a que dei meu olhar, a que dei meus ouvidos. Uma mudança de raíz, daquelas que transformam tudo. Olhar a vida com mais amor e menos medo. Colocar mais energia feminina no mundo, de autocuidado, alegria, nutrição, fluidez.

Talvez essa seja a melhor e mais eficiente meta, que vai mudar o meu o ano inteiro.
A meta de ser tão inteira quanto ele.

Reflexões

É uma dança

Percebi que quero preencher o tempo, que não suporto o vazio.
Não sei ser vazia.
Mas é no vazio que a mágica acontece.

Esse momento agora.

Você acha que sabe o que vai acontecer mas a verdade é que pode ser bem diferente. Ninguém sabe. Criar expectativa acaba recriando mais do mesmo, afastando o novo. O novo é ameaçador.

Quantos a gente já afastou?

Eu não estou confortavel em mim, mas sei que esse desconforto é dor de crescimento. Saí da zona de conforto, é óbvio que não me sinto segura. Isso é bom. De algum modo isso é bom. Não saber o que vai acontecer pode ser exatamente o que eu preciso. Estar em paz com o que é e se permitir perceber os presentes que já estão por aqui.

Ano que vem eu posso estar sentindo saudades exatamente desse dia, desse exato momento. Dessa liberdade mal aproveitada, dessa vida ainda tão cheia de expectativas. Ano que vem eu posso estar olhando para essa mulher e dizer: “Nossa, ela nem sabia o que estava por vir!”, e sentir que isso foi bom. Que foi um momento meu. Talvez querer voltar, ou não, sei lá. Já não quero saber. Não tem graça adivinhar.

Melhor mesmo é viver, amar a sementinha e confiar.
As coisas andam sem que eu tenha que empurrar.
É uma dança, e vida sabe conduzir.

Em Órbita

Render-se à própria luz

A sabedoria que ilumina todos os mestres espirituais é a mesma luz de dentro de seu coração. É preciso coragem para confiar em sua própria luz, em sua própria guiança interior, para ascender ao trono de ser sua própria autoridade espiritual, especialmente quando a luz dos outros ao seu redor parece mais poderosa do que a sua. Você está sendo convidado a confiar nessa orientação interior, acima de qualquer outra agora. Tenha fé em seu próprio coração. Lembre-se de que você é divino! ✨ (Kuan Yin Oracle)

Em Órbita

There is a light that never goes out

Essas fotos são do livro da talentosíssima Mariana Newlands, chama-se My Paris Equation of Happiness. Achei interessante que ela não retrata Paris superficialmente, como todo mundo conhece, mas nos detalhes. O livro revela a beleza que existe nos detalhes, em todo lugar. A grande maioria das fotos – e talvez as que eu mais tenha gostado – revelam o cotidiano, a luz. A beleza que existe em todo lugar.

É isso que a fotografia revela. As coisas simples. O imperceptível, o detalhe esquecido. O amor escondido no mundo. Luz, textura, sabor. Como a vida. Não importa o desafio, mas a nossa capacidade de perceber o presente escondido em cada detalhe.

Existe vida pedindo para ser vista, em todo lugar.

Cartas

Dez anos

Dez anos. Nem parece que passou tanto tempo. Você continua com a mesma carinha, e essa voizinha que por sorte (minha!) ainda não engrossou, permanece infantil e carinhosa. Parte de mim é grata pelo seu crescimento. Observo orgulhosamente cada centímetro de você. Se expandindo, se expressando, desenrolando com perfeição a cada ano de vida. Mas confesso que parte de mim sente medo. Medo do que vai acontecer quando você crescer. Será que será como todos os outros filhos, será do mundo? Será que se esquecerá de me ligar todo-santo-dia para me dizer como está? Para saber como estou?

Eu olho para você agora, sentado no sofá, me chamando para mostrar cada nova fase do seu jogo favorito. Eu vou me arrepender de nem sempre olhar, não vou? Vou sentir falta disso. Eu te vejo. Você está aqui agora, e apesar de já começar a contar algumas bobas mentiras, seus olhos permanecem com o mesmo tom inocente. Encontro neles sua pureza de criança. Sou grata por isso. Por esse brilho que ilumina meus dias nos momentos sãos, e naqueles mais escuros. É bom ter você por perto. Sempre.

Eu sinto medo, filho, reconheço. Mas sei que a entrega é a maior benção que posso nos dar. Confiar de que quando eu já não for a mãe de perto, a vida será. E torcer para que as sementinhas que plantei em você te fortaleçam.

Eu desejo que você seja feliz, acima de tudo. Que você seja você, sempre! Que essa criança que eu enxergo hoje esteja para sempre dentro de ti, guiando seus passos. Colorindo seus dias adultos num futuro próximo.

No mais, quero que saiba, estarei sempre aqui! Sempre que quiser um lugar seguro, um lugar para voltar, terá meu abraço. Eu te amo muito! Muito mesmo!

Um grande beijo de sua mãe,

Aline


Hoje é seu aniversário! Como sempre, gosto de fazer algumas surpresas. Esse ano você está bem antenado no universo pokemon, então seu presente foi ouvir a narração abaixo, logo pela manhã, e receber seus presentes no final da narração.

Esse ano lhe demos um Pikashu com uma Pokebola, um boné do Ash Ketchum, e uma camisa do canal Coisa da Nerd. Mais tarde iremos ao HotZone com seus primos, e à noite um jantar com a família. Será divertido, não é mesmo?